Abertura do ano letivo do IDEP - 28.09.2024 | Diocese Bragança-Miranda

Palavras de D. Nuno Almeida, esta manhã, na abertura do ano letivo do IDEP - Instituto diocesano de Estudos Pastorais.

ABERTURA DO IDEP 2024.25

Boas vindas! Obrigado por terem aceite o convite…
Obrigado ao P. José Ribeiro e ao Diácono Nélson …
Agradecemos ao Reitor e ao Seminário por nos acolherem!

1.A reflexão teológica não é nem devia ser nunca privilégio do clero nem exclusivo dos homens. É preciso nunca esquecer a recomendação de S. Pedro, dirigida a todos os cristãos: “Estai sempre prontos a dar razão da vossa Esperança a todo aquele que vo-la pede; fazei-o, porém, com mansidão e respeito, isto é, sem arrogância” (1Pd 3, 15-17).
É atribuída a Santo Agostinho (354-430) uma fórmula que coloca a prática teológica onde deve ser colocada, no interior da fé, na adesão cogitante ao mistério de Deus, mistério do mundo. “Não queiras entender a realidade de Deus para crer; crê para que possas entender. Se não crês, não entenderás”. Já o Salmo 39 exprimia este modo teologal de aderir ao Deus de toda a Luz: “É na Tua luz que vemos a luz” (Sl 36).
Para Santo Anselmo (c. 1033-1109), a fé não paralisa a inteligência, ela é, antes, uma provocação, uma excitação. A Teologia é a fé que procura entender ou compreender (Fides quaerens intellectum).

2.A formação cristã é cada vez mais urgente e importante pelo novo contexto sociocultural e religioso em que somos chamados a viver, a testemunhar e a transmitir a fé cristã e em ordem a edificar comunidades cristãs vivas e adultas.
Vivemos, de facto, num mundo caracterizado pelo pluralismo cultural em que nos são propostos os mais variados projetos e modelos de vida, muitos deles distantes do Evangelho.
Além disso, experimentamos o pluralismo religioso que nos desafia a aprofundar a identidade cristã, pois o maior inimigo da fé cristã é a ignorância religiosa. Não podemos contentar-nos, hoje, em ser cristãos por tradição. É preciso nunca esquecer a recomendação de S. Pedro, dirigida a todos os cristãos: “Estai sempre prontos a dar razão da vossa Esperança a todo aquele que vo-la pede; fazei-o, porém, com mansidão e respeito, isto é, sem arrogância” (1Pd 3, 15-17).
Por outro lado, para termos comunidades vivas, sinodais, samaritanas e missionárias, é necessária formação específica para todos aqueles que assumem e exercem serviços ou ministérios nos diversos campos da ação pastoral: catequistas, leitores, acólitos, ministros extraordinários da comunhão, membros dos conselhos paroquiais, agentes da pastoral social, etc.
Tudo isto exige um tríplice “não” à indiferença, à divisão e à inércia e um tríplice “sim” à comunhão, à participação e à contínua missão pastoral inspirada no Evangelho.

3.Esta formação é uma aposta decisiva e faz-se proposta concreta no Instituto Diocesano de Estudos Pastorais (IDEP), ao qual quero desde já garantir todo o meu apoio.
O IDEP tem como missão manter viva e atuante, a prática teológica, procurando o sentido profundo do que está, hoje, a acontecer na sociedade, nos movimentos espirituais e nas igrejas. Isto exige um grande espírito de escuta e de acolhimento. Voltando à Carta de S. Pedro, todos devemos estar prontos a dar razões da nossa Esperança. Sem arrogância.
Para que tudo isto aconteça é decisiva uma atitude de disponibilidade para a formação PEPSI (Permanente, Progressiva, Sistemática e Integral), que possa proporcionar-nos uma renovação, existencial, espiritual e pastoral.
O objetivos principais são: 1.Facultar aos jovens e adultos formação cristã acessível, orgânica e progressiva, que seja popular e rigorosa; 2.Ser uma escola de ministérios (liturgia, catequese e caridade …), capacitando para o trabalho pastoral nas paróquias, movimentos e serviços.

Rezar juntos, refletir, partilhar experiências, criar e fortalecer laços de amizade e comunhão permite-nos voltar ao nosso dia a dia com novo alento e vigor para a missão.
Agradeço, aos professores e a todos vós tudo o que de bom e belo iremos viver e partilhar!

+ Nuno Almeida, Bispo de Bragança-Miranda